Papa Francisco durante a oração do Ângelus. Foto:
Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano,
26 Jul. 20 / 10:35 am (ACI).- O Papa Francisco
assinalou que são necessários “buscadores irrequietos do Reino dos Céus”,
pessoas dispostas a abandonar suas comodidades mundanas para se comprometer na
“construção do Reino”.
Durante a oração do Ângelus deste domingo, 26 de
julho, no Palácio Apostólico do Vaticano, o Papa Francisco refletiu sobre as
parábolas evangélicas do tesouro escondido no campo e da pedra preciosa.
Nessas parábolas, “o Reino dos Céus é assimilado a
duas diferentes realidades ‘preciosas’, ou seja, o tesouro no campo e a pérola
de grande valor”.
“A reação daquele que encontra a pérola ou o
tesouro é praticamente igual: o homem e o mercante vendem tudo para adquirir
aquilo mais têm a peito. Com essas duas semelhanças, Jesus se propõe
envolver-nos na construção do Reino dos Céus, apresentando uma característica
essencial do mesmo: aderem plenamente ao Reino aqueles que estão dispostos a
arriscar tudo”.
De fato, “tanto o homem quanto o mercante das duas
parábolas vendem tudo aquilo que possuem, abandonando assim suas seguranças
materiais. Disso se entende que a construção do Reino exige não somente a graça
de Deus, mas também a disponibilidade ativa do homem”.
O Santo Padre explicou que essa entrega só pode ser
alcançada por meio da graça divina: “A graça faz tudo, tudo. De nós só depende
a disponibilidade de recebê-la, não a resistência à graça. A graça alcança
tudo, mas faz falta minha responsabilidade, minha disponibilidade”.
“Os gestos daquele homem e do mercante que vão em
busca, privando-se de seus bens, para comprar realidades mais preciosas, são
gestos decididos e radicais”, gestos “feitos com alegria, porque ambos
encontraram o tesouro”.
O Papa insistiu que “somos chamados a assumir a
atitude destes dois personagens evangélicos, tornando-nos também nós saudáveis
buscadores irrequietos do Reino dos Céus. Trata-se de abandonar o pesado fardo
de nossas seguranças mundanas que nos impedem de buscar e construir o Reino: a
ganância pela posse, a sede de lucro e de poder, o pensar somente em nós
mesmos”.
“Em nossos dias, a vida de alguns pode
resultar medíocre e sem brilho porque provavelmente não foram em busca de um
verdadeiro tesouro: contentaram-se com coisas atraentes, mas efêmeras,
cintilantes, mas ilusórias, porque depois deixam na escuridão”.
Ao contrário, “a luz do Reino não é de fogos de
artifícios, é luz. Os fogos de artifícios duram apenas uns instantes, a luz do
Reino te acompanha toda a vida. O Reino dos Céus é o contrário das coisas
supérfluas que o mundo oferece, é o contrário de uma vida banal: é um tesouro
que renova a vida a cada dia e a expande em direção a horizontes mais amplos”.
Quem encontrou este tesouro, assegurou o Pontífice,
“tem um coração criativo e em busca, que não repete, mas inventa, traçando e
percorrendo novos caminhos, que nos levam a amar Deus, a amar os outros, a amar
verdadeiramente a nós mesmos”.
“O sinal de quem caminha neste caminho para o Reino
é a criatividade. Sempre buscando mais. A criatividade é essa que toma a vida e
dá a vida, e dá, e dá, e dá. Sempre busca modos diferentes de dar a vida”.
O Papa Francisco concluiu sua reflexão antes do
Ângelus sublinhando que “Jesus, que é o tesouro escondido e a pérola de grande
valor, só pode suscitar alegria, toda a alegria do mundo: a alegria de
descobrir um sentido para a própria vida, a alegria de senti-la comprometida
com a aventura da santidade”.
Oração:
Deus
eterno e todo-poderoso, quiseste que São Celestino I governasse todo o vosso
povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os
pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho
da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Mateus
13,31-35
Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas!
(Tg 1,18)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 31 Em seguida, propôs-lhes outra parábola: “O
Reino dos céus é comparado a um grão de mostarda que um homem toma e semeia em
seu campo.
32 É esta a menor de todas as sementes, mas, quando cresce,
torna-se um arbusto maior que todas as hortaliças, de sorte que os pássaros vêm
aninhar-se em seus ramos”.
33 Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. “O Reino dos céus
é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de
farinha e que faz fermentar toda a massa”.
34 Tudo isto disse Jesus à multidão em forma de parábola. De
outro modo não lhe falava,
35 para que se cumprisse a profecia: “Abrirei a boca para
ensinar em parábolas; revelarei coisas ocultas desde a criação”.
Palavra da
Salvação.
Comentário do Evangelho: DOIS ASPECTOS DO REINO
A pequenez do Reino não podia levar os discípulos a pensarem que estava
fadado a ser uma presença insignificante na história humana. Esta pequenez, no
entanto, correspondia a um estágio necessário, anterior ao fim glorioso para o
qual caminhava. O Reino não se implantaria com ostentação, e sim, na
simplicidade e no escondimento, embora estivesse destinado a se manifestar com
grandeza.
A experiência da sementinha de mostarda semeada no campo serviu de
ilustração para o ensinamento de Jesus. Sendo a menor de todas as sementes,
quando brota, torna-se uma árvore frondosa, onde os pássaros do céu vêm se
abrigar. Assim se passa com o Reino. Entra na história humana de maneira
discreta. Pouco a pouco, vai crescendo e atraindo para si as pessoas, a ponto
de acolher uma imensa quantidade de gente.
A cena da mulher, que misturou uma pitada de fermento à farinha de
trigo, serviu para Jesus sublinhar outro aspecto do Reino. Esse atua no
interior da humanidade, de maneira velada, e a transforma. Não é necessário uma
grande quantidade de fermento. Basta uma pequena porção para que sua presença
se faça sentir. Do mesmo modo, um número pequeno de discípulos já é suficiente
para fazer o amor fermentar a humanidade. Embora mantendo-se no escondimento, a
presença deles se faz sentir.
Santo do Dia
O Papa Celestino I eleito em 10 de setembro de
422 nasceu no sul da Itália. É considerado um governante de atitude, mas seu
mandato durou apenas uma década.
Era um período de reconstrução para Roma, que
fora quase destruída pela invasão dos bárbaros. O Papa Celestinho I participou
ativamente restaurando numerosas Basílicas, entre elas a de Santa Maria em
Trastévere, a primeira dedicada à Nossa Senhora.
Respondia pessoalmente as cartas que recebia e
seus conselhos formaram um primeiro esboço do que seria o futuro direito
canônico. Também foi vigoroso o intercâmbio de correspondência que manteve com
seu amigo e contemporâneo, Santo Agostinho.
Foi ele o primeiro a determinar que os Bispos
não deveriam nunca negar a absolvição a alguém que estivesse morrendo. Combateu
as heresias, ajudou a esclarecer dúvidas doutrinais e combateu os abusos que se
instalavam nas sedes episcopais.
Sob sua direção foi realizado o Concílio de
Éfeso. Nele confirmou-se o dogma de Maria como "Mãe de Deus". Com
isso, o bispo Nestório, que pregava Maria somente como mãe do homem Jesus, foi
considerado herege.
Celestino I morreu em 432, depois de uma
frutífera vida em favor do Cristo.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza,
CSsR)
Reflexão: Ser responsável por um trabalho é sempre algo
exigente. Um bom cristão sabe usar do poder que lhe é conferido para trabalhar
em função das pessoas. O serviço deve ser a palavra de ordem para quem tem Jesus
Cristo como guia de sua vida. Aprendamos de São Celestino I, que sendo papa,
soube tratar com igualdade o povo de Deus e trabalhar para o crescimento da
Igreja.
TJL@
- DOMTOTAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET – ACIDIGITAL.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário