Oração:
Senhor Deus da Verdade, que tudo podeis ver, concedei-nos pela
intercessão de São Bartolomeu a plena sinceridade da alma e da Razão, o desejo
puro, reto e intensíssimo de Vós, o agradecimento infinito de Vos reconhecer,
conhecer e amar na Santa Igreja, a humildade e alegria de Vos receber e
obedecer, e a inefável Adoração que mereceis na Eucaristia; pois nada disso
merecemos, e nos escolhestes para existirmos, sermos católicos e termos preferencialmente
as Vossas dádivas, sobretudo os Sacramentos, de sermos verdadeiramente pelo
Batismo Vossos filhos protegidos, resgatados do pecado e destinados para o Céu!
Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém!
Evangelho (Jo 1,45-51):
Naquele tempo, Filipe
encontrou-se com Natanael e disse-lhe: «Encontramos Jesus, o filho de José, de
Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, bem como os Profetas».
Natanael perguntou: «De Nazaré pode sair algo de bom?». Filipe respondeu: «Vem e
vê!». Jesus viu Natanael que vinha ao seu encontro e declarou a respeito dele:
«Este é um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade!». Natanael
disse-lhe: «De onde me conheces?». Jesus respondeu: «Antes que Filipe te
chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi». Natanael exclamou:
«Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!». Jesus lhe respondeu:
«Estás crendo só porque falei que te vi debaixo da figueira? Verás coisas
maiores que estas». E disse-lhe ainda: «Em verdade, em verdade, vos digo:
vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do
Homem!».
«Vem e vê!» - Mons. Christoph BOCKAMP Vigário Regional do Opus Dei na Alemanha(Bonn, Alemanha)
Hoje celebramos a festa do
apóstolo São Bartolomeu. O evangelista São João relata seu primeiro encontro
com o Senhor com tanta vivacidade que resulta fácil incluir-nos na cena. São
diálogos de corações jovens, diretos, francos... Divinos!
Jesus encontra a Filipe casualmente e lhe diz «Segue-me» (Jo 1,43). Pouco
depois, Filipe entusiasmado pelo encontro com Jesus Cristo, procura o seu amigo
Natanael para comunicar-lhe que —finalmente — encontrou a quem Moisés e os
profetas esperavam: «Jesus, o filho de José, de Nazaré» (Jo 1,45). A resposta
que recebe não é entusiasta, senão céptica: «De Nazaré pode sair algo de bom?»
(Jo 1,46). Em quase o mundo todo acontece algo parecido. É comum que em cada
cidade, em cada vila se pense que da cidade, da vila vizinha não pode sair nada
que valha a pena... Lá são quase todos ineptos... E vice-versa.
Mas Filipe, não se desanima. E como são amigos, não dá mais explicações, e diz:
«Vem e vê!» (Jo 1,46). Vai, e o seu primeiro encontro com Jesus é o momento da
sua vocação. O que aparentemente é uma casualidade, nos planos de Deus já fazia
tempo que estava preparado. Para Jesus, Natanael não é um desconhecido: «Antes
que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi» (Jo
1,48). De qual figueira? Talvez tenha sido um lugar preferido de Natanael onde
acostumava se dirigir quando queria descansar, pensar, estar sozinho... Embora
sempre baixo a olhada amorosa de Deus. Como todos os homens, em todo momento.
Mas para perceber este amor infinito de Deus para cada um, para estar
consciente de que está na minha porta e chama preciso de uma voz externa, um
amigo, um “Filipe” que me diga: «Vem e vê!». Alguém que me leve ao caminho que
São Josemaria descreve assim: Procurar a Cristo; achar a Cristo; amar a Cristo.
E, a narração evangélica parece como o cumprimento da parábola do fariseu e do
publicano. (Lc 18,9-14). Humilde e sincero de coração, o publicano orava no seu
interior: «Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!»(Lc 18,13); e hoje
contemplamos como Jesus Cristo perdoa e reabilita a Zaqueu, o chefe de
publicanos de Jericó, um homem rico e influente, mas odiado e desprezado por os
vizinhos, que se sentiam extorquidos por ele:Zaqueu, desce depressa! Hoje eu
devo ficar na tua casa» (Lc 19,5).O perdão divino leva a Zaqueu a se converter;
hei aqui uma das originalidades do Evangelho: O perdão de Deus e gratuito: não
é tanto pela causa de nossa conversão que Deus nos perdoa, senão que acontece
ao contrário: A misericórdia de Deus nos move ao agradecimento e a dar uma
resposta.
Como naquela ocasião Jesus, no seu caminho a Jerusalém, passava por Jericó.
Hoje e cada dia, Jesus passa por nossa vida e nos chama por nosso nome. Zaqueu
não tinha visto nunca a Jesus, tinha ouvido falar Nele e tinha curiosidade por
saber quem era aquele mestre tão célebre. Jesus, porém, sim conhecia a Zaqueu e
as misérias da sua vida. Jesus sabia como tinha se enriquecido e como era
odiado e marginado pelos seus vizinhos; por isso, passou por Jericó para
tirá-lo desse poço. «O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava
perdido» (Lc 19,10).
O encontro do Mestre com o publicano mudou radicalmente a vida deste último.
Depois de ter ouvido o Evangelho, pense na oportunidade que Deus lhe brinda
hoje e que você não deve desaproveitar: Jesus passa por sua vida e o chama por
seu nome, porque lhe ama e quer lhe salvar, Em que poço está preso? Assim como
Zaqueu subiu a uma arvore para ver a Jesus, sobe você agora com Jesus à arvore
da cruz e saberá quem é Ele, conhecera a imensidade do seu amor, já que
«escolhe um chefe de publicanos: Quem desesperará de si mesmo quando este
alcança a graça?» (Santo Ambrósio).
Bartolomeu, também chamado Natanael, nasceu em
Caná, uma pequena aldeia a 14 quilômetros de Nazaré, na Galileia. Foi um dos 12
Apóstolos de Jesus (cf. os quatro Evangelhos e Ato dos Apóstolos), porém apenas
uma citação bíblica lhe dá destaque (Jo 1,45-51):
“Filipe encontra Natanael e diz-lhe: ‘Achamos Aquele de Quem Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José’. Respondeu-lhe Natanael: ‘Pode, porventura, alguma coisa boa vir de Nazaré?’ Filipe retrucou: ‘Vem e vê’. Jesus viu Natanael que vinha ao Seu encontro, e disse a seu respeito: ‘Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade’. Natanael perguntou-Lhe: ‘Donde me conheces?’ Respondeu Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse, Eu te vi quando estavas debaixo da figueira’. Natanael exclamou: ‘Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o rei de Israel!’ Jesus replicou-lhe: ‘Crês porque Eu te disse que te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores do que esta’. E concluiu: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’”. O comentário depreciativo de Bartolomeu a Filipe está de acordo com o que era a esperança judaica do Messias na época de Jesus, isto é, um grande personagem, governante, profeta ou general, de alta linhagem, e com poderes terrenos para suplantar o Império Romano. Jamais uma pessoa oriunda de um pequeno, pobre e esquecido vilarejo como Nazaré da Galileia. São Bartolomeu acompanhou Jesus nos três anos de Sua vida pública, testemunhando as Suas obras e ensinamentos. Conheceu pessoalmente Nossa Senhora, presenciou a Ascensão do Senhor e recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Mas também abandonou o Mestre na Sua Paixão. Como todos nós, exceto Maria Santíssima, pecou; mas, sobretudo, arrependeu-se e acabou por dar a sua vida pelo Cristo – no que devemos igualmente imitá-lo, para além do pecado... A Tradição indica que Bartolomeu, depois da separação dos Apóstolos, evangelizou na Europa Oriental, talvez também na Índia. Já os evangelhos apócrifos indicam que morreu martirizado na Armênia, por volta do ano 68. O certo é que ele levou a Fé às regiões da Europa Oriental. Sua festa litúrgica é em 24 de agosto, que parece ser o dia provável do seu falecimento. +++ Colaboração: José Duarte de Barros Filho
TJL – A12.COM – EVANGELI.NET –
ACIDIGITAL.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário