Santa Mônica e seu filho santo Agostinho em uma pintura na igreja Sant’Agostino em Roma / Foto de Flickr Lawrence OP (CC BY-NC-ND 2.0) - Vaticano, 27 Ago. 23 / 12:07 pm (ACI).- Ao final da oração do Ângelus, o papa Francisco lembrou que hoje (27) é dia de santa Mônica, mãe de santo Agostinho, pediu aos fiéis que rezem pelas mães que sofrem por seus filhos. “Hoje é lembrada santa Mônica, mãe de santo Agostinho: com suas orações e lágrimas pedia ao Senhor a conversão de seu filho; mulher forte, mulher corajosa”, disse o papa diante dos fiéis reunidos para a oração mariana na Praça de São Pedro, no Vaticano. “Rezemos por tantas mães que sofrem quando os seus filhos estão um pouco perdidos ou em caminhos difíceis na vida”, pediu o papa.
Oração: Deus de infinita paciência, que
por séculos preparastes a Redenção, e nos aguardais com amor assíduo, concedei-nos
por intercessão de Santo Agostinho de Hipona a sinceridade da busca e da
conversão a Vós, ao longo de toda a nossa vida, e a honestidade de
perseverarmos sempre mais no crescimento da santidade, até que o amor por Vós
chegue à indiferença por nós mesmos”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa
Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 23,13-22):
«Ai
de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus,
mas vós mesmos não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. Ai de
vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter
alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais
do que vós. Ai de vós, guias cegos! Dizeis: ‘Se alguém jura pelo Santuário, não
vale; mas se alguém jura pelo ouro do Santuário, então vale!’ Insensatos e
cegos! Que é mais importante, o ouro ou o Santuário que santifica o ouro?
Dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela
oferenda que está sobre o altar, então vale!’ Cegos! Que é mais importante: a
oferenda ou o altar que santifica a oferenda? De fato, quem jura pelo altar
jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura
por ele e por Deus, que habita no Santuário. E quem jura pelo céu jura pelo
trono de Deus e por aquele que nele está sentado».
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus» - P. Marc VAILLOT(París, França)
Hoje, uma
vez mais, o Evangelho mostra como a bondade de Deus que vela por nossa
felicidade se transforma. Indica-nos claramente quais são as fontes: a verdade,
o bem, a retidão, a justiça, o amor… e todas as virtudes. Avisa-nos também para
que não caiamos nas armadilhas —excessos, luxúrias, decepções, em uma palavra,
pecados - isso nos impediria de alcançar tal felicidade.
Jesus utiliza sua divina autoridade para nos mostrar claramente o carácter
absoluto do bem, que devemos perseguir, e o do mal, que devemos evitar a todo
custo. Daí, sua viva e amável exortação a respeitar a carta magna da vida
cristã: as boas-venturanças, vias que dão o acesso à Felicidade. Paralelamente,
encontramos o tom ameaçador utilizado no Evangelho de hoje: as Maldições
daqueles atos destruidores que sempre devem ser evitados. O mesmo Coração
sagrado, o mesmo Amor é o que dita as Boas aventuranças (cf. Mt 5,1 ss) e as
Maldições.
É muito importante entender que são tão importantes tanto uns como outros para
quem quiser se salvar: «Bem-aventurados» os pobres; os corações sedentos de
justiças; as almas misericordiosas… «Ai de vocês!»… quando escandaliza aos
outros; quando ensina e não o põe em prática; quando corrompe a doutrina sã;
quando desvia aos outros do caminho reto…
Jesus completa com firmeza: quanto maior seja sua responsabilidade ante os
outros, mais forte será a maldição que recairá sobre vocês. Nosso Senhor, nesta
passagem está se dirigindo aos notáveis: «Ai de vocês, escribas e fariseus
hipócritas!» (Mt 23,13 ss).
Apliquemos a nossas vidas este ensinamento divino. Nossas boas e nossas más
ações têm sempre um duplo impacto: um, que recai sobre nós mesmos, pois cada
ação nos melhora ou nos assola.; o outro, considerando nossa situação de
adultos, pais, mestres, responsáveis sob qualquer aspecto, cada um de nossos
atos pode ter repercussões, boas ou más, insuspeitáveis: «A vida não é tempo
que passa, senão tempo de encontro» (Francisco).
E teremos que prestar contas disso ao amor de Deus!
Santo Agostinho, doutor da Igreja
Agostinho
nasceu no dia 13 de novembro de 354, em Tagaste, África. Foi educado à fé
católica pela sua mãe, Santa Mônica, mas não seguiu seu exemplo.
Adolescente
vivaz, perspicaz e exuberante, dedicou-se ao estudo da retórica e seu resultado
foi excelente. Amava a vida e seus prazeres, cultivava amizades, teve paixões
amorosas, adorava o teatro, buscava divertimentos e distrações.
Em
Cartagena, onde prosseguia seus estudos, apaixonou-se por uma moça; por ser de
classe social inferior, fez dela apenas sua concubina, e o fruto desta relação
foi Adeodato.
Não
obstante a sua jovem idade, Agostinho permaneceu-lhe fiel e assumiu a
responsabilidade da vida doméstica.
As
Leituras lhe conduziram
Entretanto,
a leitura de Hortensius, de Cícero,
mudou seu modo de encarar as coisas. “A felicidade – escreveu o grande orador –
consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtudes”. Assim,
Agostinho passou a buscá-las.
Começou
a sua busca pela Bíblia. Mas, acostumado com textos retumbantes, a achou
grosseira e ilógica. Então, aproximou-se do maniqueísmo.
Ao
voltar para Tagaste, abriu uma escola de gramática e retórica com a ajuda de um
benfeitor. Porém, a vida que levava não o satisfazia, por isso regressou a
Cartagena, esperando encontrar uma vida melhor. Porém, continuou insatisfeito.
A sua sede de verdade não se aplacava com a doutrina maniqueísta.
Envolvimento com Heresias
O jovem retórico promissor passa a outros tipos de busca. Assim,
no ano 382, transferiu-se para Roma, com o companheiro e seu filho, sem que sua
mãe o soubesse, apesar de ter ido a Cartagena.
Na capital, porém, Agostinho manteve contato com os maniqueístas,
dos quais recebeu ajuda e apoio. Depois, entendeu que a Providência atuava
também através de escolhas erradas. A sua carreira teve sucesso, tanto que, em
384, conseguiu uma cátedra de Retórica em Milão. Contudo, sua inquietude
interior continuava a atormentá-lo.
A busca da verdade
Sua ambição foi saciada, mas seu coração não. Para aperfeiçoar a
sua “ars oratoria”, começou a
seguir os sermões do santo Bispo Ambrósio. Queria entender suas capacidades
dialéticas.
Todavia, as palavras do Bispo o atingem profundamente. Neste
ínterim, sua mãe Mônica se transfere para Milão, permanecendo ao seu lado,
sobretudo, com as orações. No entanto, Agostinho se aproximava, cada vez mais,
da Igreja católica, tanto que já se sentia catecúmeno.
Agora só lhe faltava uma esposa que fosse cristã e não mais
concubina. A mulher, que por anos havia convivido com ele, volta para a África.
Ainda atormentado, Agostinho devora textos de filosofia e mergulha nas Sagradas
Escrituras. Era tentado pela experiência dos pensadores grego e atraído pelo
estilo de vida dos ascetas cristãos, mas não conseguiu se decidir.
A
conversão: “Pega e lê”
Certo
dia de agosto de 386, desorientado e confuso, deixando-se levar por um pranto
copioso e desesperado, pareceu-lhe ouvir uma voz: “Pega e lê”! Achou que a voz
o convidava a tomar em mãos as Cartas de Paulo, que estavam sobre a mesa, e a
abri-las por acaso. E leu: “Comportemo-nos honestamente, como de dia, não em
glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem
em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais
cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm
13, 13-14).
A leitura deste trecho foi-lhe fulgurante. Então, conseguiu mudar de vida e
dedicar-se totalmente a Deus.
Foi
batizado por Santo Ambrósio na noite entre 24 e 25 de abril de 387. Desejoso de
regressar à África, partiu para Roma, a fim de embarcar no porto de Óstia. Ali,
faleceu sua mãe Mônica.
Fundador
e Bispo
Em
Tagaste, Agostinho funda sua primeira comunidade. Entre o fim de 390 e início
de 391, encontra-se, casualmente, na basílica de Hipona, onde o Bispo Valério
pregava aos fiéis sobre a necessidade de um presbítero na sua diocese. Por
entusiasmo popular, Agostinho foi conduzido diante do Bispo, que o ordenou
sacerdote.
Ciente
de ter que viver voltado para Deus, estudando e meditando as Escrituras,
compreendeu que era chamado para algo mais. Sucedendo Valério, tornou-se Bispo
de Hipona.
Deixou
numerosos escritos, onde conseguiu conciliar “fé e razão”. Entre eles, O livre
arbítrio, A Trindade, A cidade de
Deus. Menção
particular merecem As
Confissões,
nas quais Agostinho faz uma autonarração, deixando emergir, em modo magistral,
a sua interioridade e a história do seu coração.
Minha oração
“Ao
doutor da Igreja, rogamos a sabedoria do alto sobre todos aqueles que são
líderes religiosos para que possam assumir, amar e cuidar de cada ovelha que o
próprio Jesus os concedeu. Rogai também pelos agostinianos e a eles dê novas
vocações.”
Santo Agostinho, rogai por nós!
TJL – A12.COM – EVANGELI.NET – ACIDIGITAL.COM
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