Papa
Francisco durante a Missa de Pentecostes. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 20 Mai. 18 / 12:26 pm (ACI).-
O Papa Francisco refletiu sobre como o Espírito Santo atua nos corações dos que
o recebem e como elimina o medo deles. Durante a Missa por ocasião do Domingo de Pentecostes, o Santo Padre explicou que “o
Espírito liberta os espíritos paralisados pelo medo. Vence as resistências. A
quem se contenta com meias medidas, propõe ímpetos de doação. Dilata os
corações mesquinhos. Impele ao serviço quem se desleixa na comodidade. Faz
caminhar quem sente ter chegado. Faz sonhar quem sofre de tibieza. Esta é a
mudança do coração”. A seguir a homilia do Papa Francisco: Na Primeira Leitura,
a vinda do Espírito Santo no Pentecostes é comparada a uma «forte rajada de
vento» (At 2, 2). Que nos diz esta imagem? A rajada de vento sugere uma força
grande, mas não finalizada em si mesma: é uma força que muda a realidade. De
facto, o vento traz mudança: correntes quentes quando está frio, frescas quando
está calor, chuva quando há secura... O mesmo, embora a nível muito diferente,
faz o Espírito Santo: Ele é a força divina que muda o mundo. Assim no-lo
recordou a Sequência: o Espírito é «descanso na luta, conforto no pranto»; e,
por isso, Lhe suplicamos: «Lavai nossas manchas, a aridez regai, sarai os
enfermos e a todos salvai». Ele penetra nas situações e transforma-as; muda os
corações e muda as vicissitudes. Muda os corações. Jesus dissera aos seus
Apóstolos: «Ides receber uma força, a do Espírito Santo (…) e sereis minhas
testemunhas» (At 1, 8). E assim aconteceu: aqueles discípulos que antes viviam
no medo, fechados em casa, mesmo depois da ressurreição do Mestre, são
transformados pelo Espírito e – como Jesus anuncia no Evangelho de hoje – «dão
testemunho d’Ele» (cf. Jo 15, 27). De hesitantes, tornam-se corajosos e,
partindo de Jerusalém, lançam-se até aos confins do mundo. Medrosos quando
Jesus estava entre eles, agora são ousados sem Ele, porque o Espírito mudou os
seus corações. O Espírito liberta os espíritos paralisados pelo medo. Vence as
resistências. A quem se contenta com meias medidas, propõe ímpetos de doação.
Dilata os corações mesquinhos. Impele ao serviço quem se desleixa na
comodidade. Faz caminhar quem sente ter chegado. Faz sonhar quem sofre de
tibieza. Esta é a mudança do coração. Muitos prometem estações de mudança,
novos começos, renovações portentosas, mas a experiência ensina que nenhuma
tentativa terrena de mudar as coisas satisfaz plenamente o coração do homem. A
mudança do Espírito é diferente: não revoluciona a vida ao
nosso redor, mas muda o nosso coração; não nos livra dum momento para o outro
dos problemas, mas liberta-nos dentro para os enfrentar; não nos dá tudo
imediatamente, mas faz-nos caminhar confiantes, sem nos deixar jamais cansar da
vida. O Espírito mantém jovem o coração. A juventude, apesar de todas as
tentativas para a prolongar, mais cedo ou mais tarde passa; ao contrário, é o
Espírito que impede o único envelhecimento maléfico: o interior. E como faz?
Renovando o coração, transformando-o de pecador em perdoado. Esta é a grande
mudança: de culpados que éramos, faz-nos justos e assim tudo muda, porque, de
escravos do pecado, tornamo-nos livres; de servos, filhos; de descartados,
preciosos; de desanimados, esperançosos. Deste modo, o Espírito Santo faz
renascer a alegria, assim faz florescer no coração a paz. Por isso, aprendamos
hoje o que devemos fazer, quando precisamos duma verdadeira mudança. E quem de
nós não precisa? Sobretudo quando nos encontramos por terra, quando nos
debatemos sob o peso da vida, quando as nossas fraquezas nos oprimem, quando
avançar é difícil e amar parece impossível. Então servir-nos-ia um forte
«reconstituinte»: é Ele, a força de Deus. É Ele – como professamos no Credo -
«que dá a vida». Como nos faria bem tomar diariamente este reconstituinte de
vida! Dizer, ao acordar: «Vinde, Espírito Santo, vinde ao meu coração, vinde
acompanhar o meu dia!» Depois dos corações, o Espírito muda as vicissitudes.
Como o vento sopra por todo o lado, assim Ele chega às situações mesmo as mais
imprevistas. Nos Atos dos Apóstolos – um livro que necessitamos absolutamente
de descobrir, onde é protagonista o Espírito – assistimos a um dinamismo
contínuo, rico de surpresas. Quando os discípulos menos esperam, o Espírito
envia-os aos pagãos. Abre caminhos novos, como no caso do diácono Filipe. O
Espírito impele-o por uma estrada deserta, de Jerusalém a Gaza (como este nome
soa doloroso, hoje! Que o Espírito mude os corações e as vicissitudes e dê paz
à Terra Santa!). Naquela estrada, Filipe instrui o funcionário etíope e
batiza-o; em seguida o Espírito leva-o a Azoto, depois a Cesareia: sempre em
novas situações, para difundir a vida nova de Deus. Temos também Paulo, que,
«obedecendo ao Espírito» (At 20, 22), viaja até aos últimos confins do mundo
então conhecido, levando o Evangelho a populações que nunca tinha visto. Quando
está presente o Espírito, acontece sempre qualquer coisa; quando Ele sopra,
nunca há bonança. Quando a vida das nossas comunidades atravessa períodos de
«lassidão», em que se prefere a comodidade doméstica à vida nova de Deus, é um
mau sinal. Quer dizer que se busca abrigo do vento do Espírito. Quando se vive
para a autoconservação e não se vai ao encontro dos distantes, não é um bom
sinal. O Espírito sopra, mas nós amainamos as velas. E todavia, muitas vezes O
vimos realizar maravilhas! Muitas vezes, precisamente nos períodos mais
escuros, o Espírito suscitou a santidade mais luminosa! Ele é a alma da Igreja,
sempre a reanima com a esperança, enche-a de alegria, fecunda-a de vida nova,
dá-lhe rebentos de vida. Como na família, quando nasce uma criança, esta complica
os horários, faz perder o sono, mas traz uma alegria que renova a vida,
impelindo-a para a frente, dilatando-a no amor. Do mesmo modo o Espírito traz à
Igreja um «sabor de infância». Realiza renascimentos contínuos. Reaviva o amor
do começo. O Espírito lembra à Igreja que, não obstante os seus séculos de
história, é sempre uma jovem de vinte anos, a Noiva jovem por quem está
perdidamente apaixonado o Senhor. Não nos cansemos, então, de convidar o
Espírito para os nossos ambientes, de O invocar antes das nossas atividades:
«Vinde, Espírito Santo!» Trazerá a sua força de mudança, uma força única que,
por assim dizer, é ao mesmo tempo centrípeta e centrífuga. É centrípeta, isto
é, impele para o centro, porque atua dentro do coração. Infunde unidade na fragmentação,
paz nas aflições, fortaleza nas tentações. Assim no-lo recorda Paulo na Segunda
Leitura, quando escreve que o fruto do Espírito é alegria, paz, fidelidade,
autodomínio (cf. Gal 5, 22). O Espírito dá a intimidade com Deus, a força
interior para avançar. Mas, ao mesmo tempo, Ele é força centrífuga, isto é,
impele para o exterior. Aquele que conduz ao centro é o Mesmo que envia para a
periferia, rumo a toda a periferia humana; Aquele que nos revela Deus
impele-nos para os irmãos. Envia, torna testemunhas e, para isso, infunde –
escreve ainda Paulo – amor, benignidade, bondade, mansidão. Somente no Espírito
Consolador proferimos palavras de vida e encorajamos verdadeiramente os outros.
Quem vive segundo o Espírito permanece nesta tensão espiritual: encontra-se
inclinado conjuntamente para Deus e para o mundo. Peçamos-Lhe que nos faça
assim. Espírito Santo, rajada de vento de Deus, soprai sobre nós. Soprai nos
nossos corações e fazei-nos respirar a ternura do Pai. Soprai sobre a Igreja e
impeli-a até aos últimos confins, para que, levada por Vós, nada mais leve
senão Vós. Soprai sobre o mundo o suave calor da paz e a fresca restauração da
esperança. Vinde, Espírito Santo, mudai-nos por dentro e renovai a face da
terra. Amen.
ORAÇÃO
Deus, que vos dignastes
conferir à Santa Rita tamanha graça que, havendo ela vos imitado no amor aos
seus inimigos, trouxe no coração e na fronte os sinais de vossa caridade e
sofrimento, concedei, nós vo-lo suplicamos, que pela sua intercessão e
merecimento amemos os nossos inimigos e mereçamos receber a recompensa
prometida aos mansos e humildes. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
EVANGELHO (MC 9,30-37)
O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus
Cristo † segundo Marcos.
Glória a vós,
Senhor.
Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessaram a Galileia. Ele
não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus
discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos
homens, e eles o matarão, mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”.
32Os
discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar.
33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que
discutíeis pelo caminho?” 34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho
tinham discutido quem era o maior.
35Jesus
sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que
seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36Em seguida, pegou uma
criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37“Quem acolher em meu
nome uma dessas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está
acolhendo, não a mim, mas aquele que me enviou”. — Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
«Ajuda-me
na minha falta de fé»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat
del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje contemplamos —
mais uma vez!— o Senhor solicitado pela gente («correu para saudá-lo») e, por
sua vez, Ele solícito da gente, sensível as suas necessidades. Em primeiro
lugar quando suspeita que alguma coisa está acontecendo, se interessa pelo
problema. Intervém um dos protagonistas, isto é, o pai de um jovem que está
possuído por um espírito maligno: «Mestre, eu trouxe a ti o meu filho que tem
um espírito mudo. Cada vez que o espírito o agride, joga-o no chão, e ele
começa a espumar, range os dentes e fica completamente duro» (Mc 9,17-18).
É terrível o mal que o Diabo pode chegar a fazer! Uma criatura sem caridade. — Senhor, temos que rezar!: «Libra-nos do mal» Não se entende, como hoje em dia, pode haver vozes que dizem que o Diabo não existe, ou outros que lhe rendem algum tipo de culto... É absurdo! Nós temos que tirar uma lição de tudo isto: não se pode brincar com fogo!
«Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram». (Mc 9,18). Quando Jesus ouve essas palavras, sente grande desgosto. Desgosta-se, sobretudo, pela falta de fé... E lhes falta fé porque tem que rezar mais: «Essa espécie só pode ser expulsa pela oração» (Mc 9,29).
A oração é um diálogo “íntimo” com Deus. João Paulo II tem afirmado que «a oração supõe sempre uma espécie de encobrimento com Cristo em Deus. Só nesse “encobrimento” atua o Espírito Santo» Em um ambiente íntimo de encobrimento se pratica a assiduidade amistosa com Jesus, a partir da qual se gera o incremento de confiança Nele, quer dizer, o aumento da fé.
Mas esta fé, que move montanhas e expulsa espíritos maliciosos («Tudo é possível para quem crê») é, sobretudo, um dom de Deus. Nossa oração, em todo caso, nos coloca em disposição para receber o dom. Mas a esse dom temos que implorá-lo: «Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé» (Mc 9,24). A resposta de Cristo não se fará “rogar”!.
É terrível o mal que o Diabo pode chegar a fazer! Uma criatura sem caridade. — Senhor, temos que rezar!: «Libra-nos do mal» Não se entende, como hoje em dia, pode haver vozes que dizem que o Diabo não existe, ou outros que lhe rendem algum tipo de culto... É absurdo! Nós temos que tirar uma lição de tudo isto: não se pode brincar com fogo!
«Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram». (Mc 9,18). Quando Jesus ouve essas palavras, sente grande desgosto. Desgosta-se, sobretudo, pela falta de fé... E lhes falta fé porque tem que rezar mais: «Essa espécie só pode ser expulsa pela oração» (Mc 9,29).
A oração é um diálogo “íntimo” com Deus. João Paulo II tem afirmado que «a oração supõe sempre uma espécie de encobrimento com Cristo em Deus. Só nesse “encobrimento” atua o Espírito Santo» Em um ambiente íntimo de encobrimento se pratica a assiduidade amistosa com Jesus, a partir da qual se gera o incremento de confiança Nele, quer dizer, o aumento da fé.
Mas esta fé, que move montanhas e expulsa espíritos maliciosos («Tudo é possível para quem crê») é, sobretudo, um dom de Deus. Nossa oração, em todo caso, nos coloca em disposição para receber o dom. Mas a esse dom temos que implorá-lo: «Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé» (Mc 9,24). A resposta de Cristo não se fará “rogar”!.
SANTO DO DIA
SANTA RITA DE CÁSSIA
Rita nasceu no ano de 1381, na
cidade de Cássia. Na infância, manifestou sua vocação religiosa, mas para
atender aos desejos de seus pais, já idosos, Rita casou-se com um homem de nome
Paulo Ferdinando.
Seu marido tornou-se violento e
agressivo. A tudo ela suportava com paciência e oração. A penitência e a
abnegação de Rita conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo.
Entretanto, suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que
culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de
Rita.
Dedicou-se então aos dois filhos
ainda pequenos que, na adolescência, descobriram a verdadeira causa da morte do
pai e resolveram vingá-lo quando crescessem. Rita pediu a interferência de
Deus, para tirar tal ideia da cabeça dos filhos. Se isso não fosse possível,
que Deus os levasse para junto Dele. Em menos de um ano, os dois filhos de Rita
morreram, sem concretizarem a vingança.
Rita ficou sozinha no mundo e
decidiu dar um novo rumo à sua vida. Determinada, resolveu seguir a vocação
revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana.
Ela se entregou completamente a
uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras
agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da
coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante catorze anos.
Rita morreu no ano de 1457, aos
setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do
convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão. Os fiéis a
consideram a "Santa das Causas Impossíveis".(Colaboração: Padre
Evaldo César de Souza, CSsR)
REFLEXÃO :
O culto à bem-aventurada da vila de Cássia se estendeu rapidamente pelo
mundo, onde por causa dos milagres obtidos por sua intercessão o povo lhe deu o
nome de “Santa das Causas Impossíveis". Porém, mais importante que os
milagres, é o exemplo de vida que recebemos de Santa Rita. Sua perseverança e
fidelidade ao Cristo deram a ela a coroa da santidade.
TJL@ - ACIDIGITAL.COM– A12.COM
- EVANGENET
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