Papa Francisco / Crédito: Daniel Ibañez -
ACI Prensa
Vaticano,
20 Ago. 18 / 10:50 am (ACI).- Em uma ação sem precedentes, o Papa
Francisco enviou nesta segunda-feira, 20 de agosto, uma carta a todo o “povo de
Deus”, na qual condena “veementemente essas atrocidades” de abusos cometidos
por membros da Igreja, particularmente os clérigos, e exorta
todos a se unirem em jejum, penitência e oração a fim acabar com este mal.
Na
missiva, que contém uma condenação rotunda aos abusos em toda a Igreja e
destinada a todo o Povo de Deus, o que representa um esforço sem precedentes
contra o tema dos abusos, o Pontífice recorda o trecho da carta de São Paulo
aos Coríntios: “Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele”. Em
seguida, lembra o relatório divulgado nos últimos dias detalhando que ao menos
mil pessoas foram vítimas de abuso sexual, de poder e de consciência durante
décadas por parte do clero na Pensilvânia (Estados Unidos).
“Ao
longo do tempo – assinala o Santo Padre –, conhecemos a dor de muitas das
vítimas e constamos que as feridas nunca desaparecem e nos obrigam a condenar
veementemente essas atrocidades, bem como unir esforços para erradicar essa
cultura da morte”.
Segundo
Francisco, trata-se de “um crime que gera profundas feridas de dor e
impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também em suas famílias e na
inteira comunidade, tanto entre os crentes como entre os não crentes”.
Nesse
sentido, afirma que “a dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa
dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir
a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade”.
O
Pontífice admitiu que “sentimos vergonha quando percebemos que o nosso estilo
de vida contradisse e contradiz aquilo que
proclamamos com a nossa voz”.
Assim,
“com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não
soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a
dimensão e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas”.
Na
carta, assinala que “a dimensão e a gravidade dos acontecimentos obrigam a
assumir esse fato de maneira global e comunitária” e, dessa forma, “hoje, como
Povo de Deus, somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua
carne e no seu espírito”.
“Se
no passado a omissão pôde tornar-se uma forma de resposta, hoje queremos que
seja a solidariedade, entendida no seu sentido mais profundo e desafiador, a
tornar-se o nosso modo de fazer a história do presente e do futuro, num âmbito
onde os conflitos, tensões e, especialmente, as vítimas de todo o tipo de abuso
possam encontrar uma mão estendida que as proteja e resgate da sua dor”,
assegura.
Tal
solidariedade, segundo o Papa Francisco, exige que “denunciemos tudo o que
possa comprometer a integridade de qualquer pessoa” e também que se lute
“contra todas as formas de corrupção, especialmente a espiritual”.
“O
chamado de Paulo para sofrer com quem sofre é o melhor antídoto contra qualquer
tentativa de continuar reproduzindo entre nós as palavras de Caim: ‘Sou,
porventura, o guardião do meu irmão?’”, indica o Santo Padre.
O
Pontífice também reconhece “o esforço e o trabalho que que são feitos em
diferentes partes do mundo para garantir e gerar as mediações necessárias que
proporcionem segurança e protejam à integridade de crianças e de adultos em
situação de vulnerabilidade”, assim como a “tolerância zero”.
Entretanto,
reconhece que “tardamos em aplicar essas medidas e sanções tão necessárias”;
“mas confio que elas ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no
presente e no futuro”, e assinala a necessidade de que “cada batizado se sinta
envolvido na transformação eclesial e social que tanto necessitamos”.
Nesse
sentido, lança um convite a “todo o Povo Santo fiel de Deus ao exercício
penitencial da oração e do jejum, seguindo o mandato do Senhor, que desperte a
nossa consciência, a nossa solidariedade e o compromisso com uma cultura do
cuidado e o ‘nunca mais’ a qualquer tipo e forma de abuso”.
“É
impossível imaginar uma conversão do agir eclesial sem a participação ativa de
todos os membros do Povo de Deus”, asseverou o Papa, acrescentando que “o
clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes como pelos leigos,
gera uma ruptura no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos
males que denunciamos hoje”.
Assim,
pontua, “a única maneira de respondermos a esse mal que prejudicou tantas vidas
é vivê-lo como uma tarefa que nos envolve e corresponde a todos como Povo de
Deus”, pois “essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma
história comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com
uma abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro”.
O
Santo Padre indicou, então, que “a dimensão penitencial do jejum e da oração
ajudar-nos-á, como Povo de Deus, a nos colocar diante do Senhor e de nossos
irmãos feridos, como pecadores que imploram o perdão e a graça da vergonha e da
conversão e, assim, podermos elaborar ações que criem dinâmicas em sintonia com
o Evangelho”.
“É
imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e
vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e
inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais
vulneráveis. Peçamos perdão pelos pecados, nossos e dos outros”, exorta.
O
Papa Francisco, como fez em outras ocasiões, apontou que “a penitência e a
oração nos ajudarão a sensibilizar os nossos olhos e os nossos corações para o
sofrimento alheio e a superar o afã de domínio e controle que muitas vezes se
torna a raiz desses males”.
Por
outro lado, o jejum “nos dá fome e sede de justiça e nos encoraja a caminhar na
verdade, dando apoio a todas as medidas judiciais que sejam necessárias. Um
jejum que nos sacuda e nos leve ao compromisso com a verdade e na caridade com
todos os homens de boa vontade e com a sociedade em geral, para lutar contra
qualquer tipo de abuso de poder, sexual e de consciência”.
Por fim, Francisco convida a seguir
os passos de Nossa Senhora e, “quando experimentamos a desolação que nos produz
essas chagas eclesiais, com Maria nos fará bem ‘insistir mais na oração’,
procurando crescer mais no amor e na fidelidade à Igreja”.
ORAÇÃO
Deus
eterno e todo-poderoso, quiseste que São Pio X governasse todo o vosso povo,
servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores
de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da
salvação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 19,23-30)
Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: «Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos
Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do
que um rico entrar no Reino de Deus». Ouvindo isso, os discípulos ficaram
perplexos e perguntaram: «Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus olhou bem para
eles e disse: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é
possível».
Em seguida, Pedro tomou a palavra e disse-lhe: «Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Ora, muitos que são primeiros serão últimos, e muitos que são últimos serão primeiros».
Em seguida, Pedro tomou a palavra e disse-lhe: «Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Ora, muitos que são primeiros serão últimos, e muitos que são últimos serão primeiros».
«Dificilmente um rico entrará no
Reino dos Céus (...) Quem, pois, poderá salvar-se?»
Rev. D. Fernando PERALES i Madueño
(Terrassa, Barcelona, Espanha)
(Terrassa, Barcelona, Espanha)
Hoje, contemplamos
a reação que suscitou entre os ouvintes o diálogo do jovem rico com Jesus:
«Quem, pois, poderá salvar-se?» (Mt 19,25). As palavras do Senhor dirigidas ao
jovem rico são manifestamente duras, pretendem surpreender, despertar as nossas
sonolências. Não se tratam de palavras isoladas, acidentais no Evangelho:
repete vinte vezes este tipo de mensagem. Devemos recordá-lo: Jesus adverte
contra os obstáculos que implicam as riquezas, para entrar na vida...
E, no entanto, Jesus amou e chamou homens ricos, sem lhes exigir que abandonassem as suas responsabilidades. A riqueza em si mesma não é má, a não ser que a sua origem tenha sido adquirida de forma injusta, ou o seu destino, que se utilize de forma egoísta sem ter em conta os mais desfavorecidos, se fecha o coração aos verdadeiros valores espirituais (onde não há necessidade de Deus).
«Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus responde: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível». (Mt 19,26). «Senhor, tu conheces bem as habilidades dos homens para atenuar a tua Palavra. Tenho que o dizer, Senhor ajuda-me! Converte o meu coração».
Depois do jovem rico ter ido embora, entristecido pelo seu apego às suas riquezas, Pedro tomou a palavra e disse: «Concede, Senhor, à tua Igreja, aos teus Apóstolos que sejam capazes de deixar tudo por Ti».
«Quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória?» (Mt 19,28). O Teu pensamento dirige-se para esse “dia”, até esse futuro. Tu és um homem com tendência para o fim do mundo, para a plenitude do homem. Nesse tempo, Senhor, tudo será novo, renovado, belo.
Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis com o Filho do Homem... Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado... E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).
O futuro que Tu prometes aos teus, aos que te seguiram renunciando a todos os obstáculos... É um futuro feliz, é a abundância da vida, é a plenitude divina.
«Obrigado, Senhor. Conduz-me até esse dia!».
E, no entanto, Jesus amou e chamou homens ricos, sem lhes exigir que abandonassem as suas responsabilidades. A riqueza em si mesma não é má, a não ser que a sua origem tenha sido adquirida de forma injusta, ou o seu destino, que se utilize de forma egoísta sem ter em conta os mais desfavorecidos, se fecha o coração aos verdadeiros valores espirituais (onde não há necessidade de Deus).
«Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus responde: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível». (Mt 19,26). «Senhor, tu conheces bem as habilidades dos homens para atenuar a tua Palavra. Tenho que o dizer, Senhor ajuda-me! Converte o meu coração».
Depois do jovem rico ter ido embora, entristecido pelo seu apego às suas riquezas, Pedro tomou a palavra e disse: «Concede, Senhor, à tua Igreja, aos teus Apóstolos que sejam capazes de deixar tudo por Ti».
«Quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória?» (Mt 19,28). O Teu pensamento dirige-se para esse “dia”, até esse futuro. Tu és um homem com tendência para o fim do mundo, para a plenitude do homem. Nesse tempo, Senhor, tudo será novo, renovado, belo.
Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis com o Filho do Homem... Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado... E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).
O futuro que Tu prometes aos teus, aos que te seguiram renunciando a todos os obstáculos... É um futuro feliz, é a abundância da vida, é a plenitude divina.
«Obrigado, Senhor. Conduz-me até esse dia!».
SANTO DO DIA
SÃO PIO X - PAPA

Mesmo com a morte do pai, o menino entrou no seminário e aos vinte e
três anos recebeu a ordenação sacerdotal. Teve uma rápida ascensão dentro da
Igreja. Primeiro foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma
importante paróquia, cônego, cardeal de Veneza e, após a morte do grande Papa
Leão XIII, ele foi eleito seu sucessor, com o nome de Papa Pio X, em 1903.
No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade,
modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu
pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Realizou algumas
renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e reformas nos
seminários.
Sua intensa devoção à Eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber
a comunhão diária e que a Primeira Comunhão fosse ministrada às crianças a
partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do Catecismo em todas as
paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé.
Morreu no dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos. O povo de
imediato passou a venerá-lo como um Santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente
canonizado.(Colaboração: Padre Evaldo César de
Souza, CSsR)
REFLEXÃO : Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um pastor dedicado e,
sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em se definir como
"um simples pároco do campo". Em seu sepulcro está escrito: Pio
Décimo, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos
direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas.
TJL@ - ACIDIGITAL.COM – A12.COM –
EVANGELI.NET
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