segunda-feira, 20 de agosto de 2018


BOM DIA EVANGELHO

21 DE AGOSTO DE 2018
TERÇA-FEIRA | 20º SEMANA COMUM | COR: BRANCA | ANO B
Papa Francisco / Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa
Vaticano, 20 Ago. 18 / 10:50 am (ACI).- Em uma ação sem precedentes, o Papa Francisco enviou nesta segunda-feira, 20 de agosto, uma carta a todo o “povo de Deus”, na qual condena “veementemente essas atrocidades” de abusos cometidos por membros da Igreja, particularmente os clérigos, e exorta todos a se unirem em jejum, penitência e oração a fim acabar com este mal.
Na missiva, que contém uma condenação rotunda aos abusos em toda a Igreja e destinada a todo o Povo de Deus, o que representa um esforço sem precedentes contra o tema dos abusos, o Pontífice recorda o trecho da carta de São Paulo aos Coríntios: “Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele”. Em seguida, lembra o relatório divulgado nos últimos dias detalhando que ao menos mil pessoas foram vítimas de abuso sexual, de poder e de consciência durante décadas por parte do clero na Pensilvânia (Estados Unidos).
“Ao longo do tempo – assinala o Santo Padre –, conhecemos a dor de muitas das vítimas e constamos que as feridas nunca desaparecem e nos obrigam a condenar veementemente essas atrocidades, bem como unir esforços para erradicar essa cultura da morte”.
Segundo Francisco, trata-se de “um crime que gera profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também em suas famílias e na inteira comunidade, tanto entre os crentes como entre os não crentes”.
Nesse sentido, afirma que “a dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade”.
O Pontífice admitiu que “sentimos vergonha quando percebemos que o nosso estilo de vida contradisse e contradiz aquilo que proclamamos com a nossa voz”.
Assim, “com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas”.
Na carta, assinala que “a dimensão e a gravidade dos acontecimentos obrigam a assumir esse fato de maneira global e comunitária” e, dessa forma, “hoje, como Povo de Deus, somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua carne e no seu espírito”.
“Se no passado a omissão pôde tornar-se uma forma de resposta, hoje queremos que seja a solidariedade, entendida no seu sentido mais profundo e desafiador, a tornar-se o nosso modo de fazer a história do presente e do futuro, num âmbito onde os conflitos, tensões e, especialmente, as vítimas de todo o tipo de abuso possam encontrar uma mão estendida que as proteja e resgate da sua dor”, assegura.
Tal solidariedade, segundo o Papa Francisco, exige que “denunciemos tudo o que possa comprometer a integridade de qualquer pessoa” e também que se lute “contra todas as formas de corrupção, especialmente a espiritual”.
“O chamado de Paulo para sofrer com quem sofre é o melhor antídoto contra qualquer tentativa de continuar reproduzindo entre nós as palavras de Caim: ‘Sou, porventura, o guardião do meu irmão?’”, indica o Santo Padre.
O Pontífice também reconhece “o esforço e o trabalho que que são feitos em diferentes partes do mundo para garantir e gerar as mediações necessárias que proporcionem segurança e protejam à integridade de crianças e de adultos em situação de vulnerabilidade”, assim como a “tolerância zero”.
Entretanto, reconhece que “tardamos em aplicar essas medidas e sanções tão necessárias”; “mas confio que elas ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no presente e no futuro”, e assinala a necessidade de que “cada batizado se sinta envolvido na transformação eclesial e social que tanto necessitamos”.
Nesse sentido, lança um convite a “todo o Povo Santo fiel de Deus ao exercício penitencial da oração e do jejum, seguindo o mandato do Senhor, que desperte a nossa consciência, a nossa solidariedade e o compromisso com uma cultura do cuidado e o ‘nunca mais’ a qualquer tipo e forma de abuso”.
“É impossível imaginar uma conversão do agir eclesial sem a participação ativa de todos os membros do Povo de Deus”, asseverou o Papa, acrescentando que “o clericalismo, favorecido tanto pelos próprios sacerdotes como pelos leigos, gera uma ruptura no corpo eclesial que beneficia e ajuda a perpetuar muitos dos males que denunciamos hoje”.
Assim, pontua, “a única maneira de respondermos a esse mal que prejudicou tantas vidas é vivê-lo como uma tarefa que nos envolve e corresponde a todos como Povo de Deus”, pois “essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma história comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com uma abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro”.
O Santo Padre indicou, então, que “a dimensão penitencial do jejum e da oração ajudar-nos-á, como Povo de Deus, a nos colocar diante do Senhor e de nossos irmãos feridos, como pecadores que imploram o perdão e a graça da vergonha e da conversão e, assim, podermos elaborar ações que criem dinâmicas em sintonia com o Evangelho”.
“É imperativo que nós, como Igreja, possamos reconhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas consagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos perdão pelos pecados, nossos e dos outros”, exorta.
O Papa Francisco, como fez em outras ocasiões, apontou que “a penitência e a oração nos ajudarão a sensibilizar os nossos olhos e os nossos corações para o sofrimento alheio e a superar o afã de domínio e controle que muitas vezes se torna a raiz desses males”.
Por outro lado, o jejum “nos dá fome e sede de justiça e nos encoraja a caminhar na verdade, dando apoio a todas as medidas judiciais que sejam necessárias. Um jejum que nos sacuda e nos leve ao compromisso com a verdade e na caridade com todos os homens de boa vontade e com a sociedade em geral, para lutar contra qualquer tipo de abuso de poder, sexual e de consciência”.
Por fim, Francisco convida a seguir os passos de Nossa Senhora e, “quando experimentamos a desolação que nos produz essas chagas eclesiais, com Maria nos fará bem ‘insistir mais na oração’, procurando crescer mais no amor e na fidelidade à Igreja”.

ORAÇÃO
 Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Pio X governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 19,23-30)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus». Ouvindo isso, os discípulos ficaram perplexos e perguntaram: «Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus olhou bem para eles e disse: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível».
Em seguida, Pedro tomou a palavra e disse-lhe: «Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Ora, muitos que são primeiros serão últimos, e muitos que são últimos serão primeiros».
«Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus (...) Quem, pois, poderá salvar-se?»
Rev. D. Fernando PERALES i Madueño
(Terrassa, Barcelona, Espanha)
Hoje, contemplamos a reação que suscitou entre os ouvintes o diálogo do jovem rico com Jesus: «Quem, pois, poderá salvar-se?» (Mt 19,25). As palavras do Senhor dirigidas ao jovem rico são manifestamente duras, pretendem surpreender, despertar as nossas sonolências. Não se tratam de palavras isoladas, acidentais no Evangelho: repete vinte vezes este tipo de mensagem. Devemos recordá-lo: Jesus adverte contra os obstáculos que implicam as riquezas, para entrar na vida...
E, no entanto, Jesus amou e chamou homens ricos, sem lhes exigir que abandonassem as suas responsabilidades. A riqueza em si mesma não é má, a não ser que a sua origem tenha sido adquirida de forma injusta, ou o seu destino, que se utilize de forma egoísta sem ter em conta os mais desfavorecidos, se fecha o coração aos verdadeiros valores espirituais (onde não há necessidade de Deus).
«Quem, pois, poderá salvar-se?». Jesus responde: «Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível». (Mt 19,26). «Senhor, tu conheces bem as habilidades dos homens para atenuar a tua Palavra. Tenho que o dizer, Senhor ajuda-me! Converte o meu coração».
Depois do jovem rico ter ido embora, entristecido pelo seu apego às suas riquezas, Pedro tomou a palavra e disse: «Concede, Senhor, à tua Igreja, aos teus Apóstolos que sejam capazes de deixar tudo por Ti».
«Quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória?» (Mt 19,28). O Teu pensamento dirige-se para esse “dia”, até esse futuro. Tu és um homem com tendência para o fim do mundo, para a plenitude do homem. Nesse tempo, Senhor, tudo será novo, renovado, belo.
Jesus Cristo diz-nos: «Vós que deixastes tudo pelo Reino, vos sentareis com o Filho do Homem... Recebereis cem vezes mais do que tiveres deixado... E herdareis a vida eterna...» (cf. Mt 19,28-29).
O futuro que Tu prometes aos teus, aos que te seguiram renunciando a todos os obstáculos... É um futuro feliz, é a abundância da vida, é a plenitude divina.
«Obrigado, Senhor. Conduz-me até esse dia!».
SANTO DO DIA
SÃO PIO X - PAPA
Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa. Nasceu numa pequena aldeia italiana no dia 02 de junho de 1835. Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. Desde cedo manifestou a vontade de ser padre.
Mesmo com a morte do pai, o menino entrou no seminário e aos vinte e três anos recebeu a ordenação sacerdotal. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego, cardeal de Veneza e, após a morte do grande Papa Leão XIII, ele foi eleito seu sucessor, com o nome de Papa Pio X, em 1903.
No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e reformas nos seminários.
Sua intensa devoção à Eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão diária e que a Primeira Comunhão fosse ministrada às crianças a partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do Catecismo em todas as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé.
Morreu no dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos. O povo de imediato passou a venerá-lo como um Santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
REFLEXÃO : Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um pastor dedicado e, sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em se definir como "um simples pároco do campo". Em seu sepulcro está escrito: Pio Décimo, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas.
TJL@ - ACIDIGITAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET

Nenhum comentário:

Postar um comentário