Santuário de Fátima / Imagem de Wikipedia - Andreas
Trepte (DC-BY-SEA-2.5)
FATIMA, 06 Mai. 20 / 02:29 pm (ACI).- Esta semana, o
bispo de Leiria-Fátima, o Cardeal Dom António Marto, confirmou a decisão de que
a Peregrinação Internacional Anual de maio “vai decorrer, conforme anunciado a
6 de abril, sem a presença física de peregrinos, em nome da prudência para evitar
o risco de propagação do novo coronavírus”. Esta será a primeira vez em mais de
100 anos que o Santuário não receberá peregrinos nestas datas
“Tal como estava
previsto, em articulação com as autoridades civis, as celebrações dos dias 12 e
13 de maio, este ano, não podem contar com a presença física dos peregrinos e
serão transmitidas pelos órgãos de comunicação social e digital” afirma o
comunicado assinado pelo bispo no último domingo, 03 de maio de 2020.
“Estamos
conscientes de que um aglomerado imprevisível de pessoas na Cova da Iria, a 12
e 13 de maio, numa altura em que o risco epidémico é elevado, contraria as
orientações das autoridades de saúde, que optaram por fazer um desconfinamento
gradual e faseado. Respeitamos, por isso, numa atitude de colaboração com as
competentes autoridades civis, as orientações de realizar estas celebrações com
uma presença simbólica de participantes: intervenientes na celebração e
funcionários do Santuário” afirmou o cardeal Marto.
Dom António
ressaltou ainda que “por mais que o nosso coração desejasse estar em Fátima, a
celebrar comunitariamente no mesmo lugar, como acontece desde 1917, a prudência
aconselha-nos a que desta vez não seja assim”.
“A decisão da Igreja Católica de
seguir as indicações das autoridades civis no sentido de suspender as
celebrações religiosas decorre da responsabilidade de fazer o que está ao seu
alcance para não colocar em perigo a saúde pública, em sintonia com o mandato
evangélico do amor ao próximo”.
“Mantemos esta
opção dolorosa na expetativa de, quanto antes, podermos ter neste Santuário as
multidões que, na alegria da fé, se reúnem para celebrar e rezar”, conclui a
missiva de Dom António Marto, publicada no site do Santuário de Fátima.
“As celebrações dos
dias 12 e 13 de maio manterão o figurino habitual com Terço às 21h30, seguido
da Procissão das Velas. No dia 13 será rezado o Terço, às 9h00, seguido
de Missa Internacional
e Procissão do Adeus”, informa o site oficial do Santuário www.fatima.pt.
Pela primeira vez
na sua história o Santuário de Fátima vai celebrar os dias 12 e 13 de maio sem
peregrinos nos seus espaços, devido às medidas propostas pelas autoridades
sanitárias em resposta à pandemia de Covid-19 provocada pelo coronavirus.
Peregrinação
interior
Por sua parte, o
Padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, também reconheceu com
tristeza a dificuldade causada pela pandemia de COVID-19 que levou as
autoridades da diocese e do Santuário a pedir aos fiéis que não fossem a Fátima
em maio.
“Este é um momento
doloroso: o Santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer
é motivo de grande tristeza; mas esta decisão é igualmente um ato de
responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu
bem-estar”, refere o padre reitor.
"Tomar agora
esta decisão dolorosa significa procurar criar condições para podermos retomar,
o mais rapidamente possível, as peregrinações a este lugar”, sublinhou.
Assim, Pe.
Cabecinhas animou os peregrinos que anualmente comparecem a Fátima para os
eventos do 12 e 13 de maio, ou que este ano tinham a intenção de comparecer à
peregrinação, que realizem uma peregrinação interior, participando dos eventos
da Solenidade da Virgem de Fátima através da internet e redes sociais.
“Neste maio,
pedimos-vos que não venhais nos dias 12 e 13, mas que façais esta peregrinação
pelo coração e que acompanheis a transmissão das celebrações através dos meios
de comunicação social, da internet e das redes sociais”, disse o padre reitor.
Segundo informa o
Santuário de Fátima, “as celebrações decorrerão no Recinto, que estará
encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da
declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência
Episcopal Portuguesa e que impedem as celebrações religiosas com a presença de
fiéis”.
“Para suprir esta
impossibilidade de deslocação dos peregrinos à Cova da Iria, o reitor do
Santuário desafia-os a fazerem um caminho espiritual a partir de uma proposta
concreta de oração para cada dia, que pode ser encontrada no site do Santuário
em www.fatima.pt e nas redes sociais do
santuário, a partir desta segunda feira à tarde e, diariamente, até dia 13 de
maio”, afirma a nota publicada no site oficial do santuário português.
As missas com
público em Portugal poderão ser retomadas a partir do 30-31 de maio, véspera da
Solenidade de Pentecostes,
informou um recente comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa após a
Resolução do Conselho de Ministros n.º 33-C/2020, que trata de uma série de
medidas para o período de desconfinamento no país. Entre elas, estão as que
serão aplicadas às cerimônias religiosas com público.
O reinício das
celebrações comunitárias será feito de acordo com regras a serem estabelecidas
pelas autoridades da Direção Geral de Saúde e da Igreja Católica, salienta o
comunicado dos bispos portugueses.
Ainda segundo o
comunicado da CEP, publicado neste 02 de maio, a data de retomada das missas
com o público ainda não está confirmada. Esta “depende da avaliação que o
Governo se propõe fazer da situação, nesta primeira etapa do desconfinamento”.
“Neste mês de Maio,
imploramos a bênção do Senhor e a intercessão da Virgem Maria, para que
sejamos livres deste grande flagelo, próximos daqueles que são mais afetados pelas
dificuldades, orientados pela fé, diligentes na caridade e guiados pela
esperança do Senhor ressuscitado que estamos a celebrar neste tempo de Páscoa”,
termina o comunicado da CEP.
Até o momento
Portugal registou 25 702 casos confirmados de COVID19. Até o fechamento desta
edição um total de 1743 enfermos se recuperaram e 1074 faleceram.
Oração:Deus, nosso Pai, Santa Flávia foi reduzida ao
silêncio, porque confessou publicamente o vosso Nome. Velai, Senhor, por
aqueles que, lutando pela justiça, foram reduzidos ao silêncio, exilados ou
assassinados. Olhai por todos os silenciados da América Latina, especialmente
pelas mulheres sofridas do nosso continente. Dai-nos denunciar as injustiças e
lutar sempre pela verdade. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho
(Jo 13,16-20):
«Em verdade, em
verdade, vos digo: o servo não é maior do que seu senhor, e o enviado não é
maior do que aquele que o enviou. Já que sabeis disso, sereis felizes se o
puserdes em prática. Eu não falo de todos vós. Eu conheço aqueles que escolhi.
Mas é preciso que se cumpra o que está na Escritura: ‘Aquele que come do meu
pão levantou contra mim o calcanhar’. Desde já, antes que aconteça, eu vo-lo
digo, para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou. Em verdade, em
verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe; e quem me
recebe, recebe aquele que me enviou». Palavra da salvação.
«Depois de lavar os pés dos
discípulos...»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer
(Manlleu, Barcelona, Espanha)
(Manlleu, Barcelona, Espanha)
Hoje, como naqueles filmes que
começam lembrando um fato passado, a liturgia faz memória de um gesto que
pertence à Quinta-feira Santa: Jesus lava os pés dos discípulos (cf. Jo 13,12).
Assim, esse gesto —lido desde a perspectiva da Páscoa— recobra uma vigência
perene. Observemos, somente, três ideias.
Em primeiro lugar, a centralidade da pessoa. Na nossa sociedade parece que fazer é o termômetro do valor de uma pessoa. Dentro dessa dinâmica é fácil que as pessoas sejam tratadas como instrumentos; facilmente utilizamo-nos uns aos outros. Hoje, o Evangelho nos urge a transformar essa dinâmica em uma dinâmica de serviço: o outro nunca é um puro instrumento. Tentaria-se de viver uma espiritualidade de comunhão, onde o outro —em expressão de João Paulo II— chega a ser “alguém que me pertence” e um “ dom para mim”, a quem temos de “dar espaço”. A nossa língua o tem apanhado felizmente com a expressão: “estar pelos demais” Estamos pelos demais? Escutamos-lhes quando nos falam?
Na sociedade da imagem e da comunicação, isto não é uma mensagem a transmitir, senão uma tarefa a cumprir, a viver cada dia: «sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13,17). Talvez por isso, o Mestre não se limita a uma explicação: imprime o gesto de serviço na memória daqueles discípulos, passando logo à memória da Igreja; uma memória chamada constantemente a ser uma vez mais gesto: na vida de tantas famílias, de tantas pessoas.
Finalmente, um sinal de alerta: «Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Jo 13,18). Na Eucaristia, Jesus ressuscitado se faz o nosso servidor, nos lava os pés. Mas não é suficiente com a presença física. Temos que aprender na Eucaristia e tirar as forças para fazer realidade que «tendo recebido o dom do amor, morramos ao pecado e vivamos para Deus» (São Fulgêncio de Ruspe).
Em primeiro lugar, a centralidade da pessoa. Na nossa sociedade parece que fazer é o termômetro do valor de uma pessoa. Dentro dessa dinâmica é fácil que as pessoas sejam tratadas como instrumentos; facilmente utilizamo-nos uns aos outros. Hoje, o Evangelho nos urge a transformar essa dinâmica em uma dinâmica de serviço: o outro nunca é um puro instrumento. Tentaria-se de viver uma espiritualidade de comunhão, onde o outro —em expressão de João Paulo II— chega a ser “alguém que me pertence” e um “ dom para mim”, a quem temos de “dar espaço”. A nossa língua o tem apanhado felizmente com a expressão: “estar pelos demais” Estamos pelos demais? Escutamos-lhes quando nos falam?
Na sociedade da imagem e da comunicação, isto não é uma mensagem a transmitir, senão uma tarefa a cumprir, a viver cada dia: «sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13,17). Talvez por isso, o Mestre não se limita a uma explicação: imprime o gesto de serviço na memória daqueles discípulos, passando logo à memória da Igreja; uma memória chamada constantemente a ser uma vez mais gesto: na vida de tantas famílias, de tantas pessoas.
Finalmente, um sinal de alerta: «Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Jo 13,18). Na Eucaristia, Jesus ressuscitado se faz o nosso servidor, nos lava os pés. Mas não é suficiente com a presença física. Temos que aprender na Eucaristia e tirar as forças para fazer realidade que «tendo recebido o dom do amor, morramos ao pecado e vivamos para Deus» (São Fulgêncio de Ruspe).
Santo do Dia
Santa Flávia
Flávia era sobrinha
de Flávio Clemente, que era então um dos cônsules de Roma. Nesta época, os
cristãos que não adoravam os deuses romanos eram considerados ateus. O
imperador Domiciano emplacou uma séria perseguição aos cristãos.
Flávia Domitila
teria sido convertida ao cristianismo por dois eunucos. Enquanto ela se
preparava para o casamento com o filho de um cônsul, Nereu e Aquiles lhe
falaram sobre Cristo e a beleza da virgindade. Ela teria abandonado o casamento
e se convertido imediatamente.
Juntamente com
numerosas pessoas, Flávia foi deportada para a ilha de Ponza, por ter
confessado a Cristo. No atas do martírio da nobre dama romana, vemos a força
penetrante do Evangelho na sociedade romana, conquistando adeptos até mesmo
entre a família imperial.
Sua morte aconteceu
de forma lenta, cruel e dolorosa, numa ilha abandonada, sem as menores
condições de sobrevivência, conforme escreveu sobre ela São Jerônimo.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:Hoje celebramos a vida de mais uma
mulher que morreu pela defesa da fé. Nossa religião deve muito ao testemunho de
mulheres corajosas e fiéis. Enfrentando os costumes de suas épocas, souberam
colocar Jesus Cristo como o centro da vida e dedicaram esforço e amor aos mais
empobrecidos. Que Deus abençoe hoje todas as mulheres do Brasil, sobretudo
aquelas que gastam seu tempo para auxiliar os mais desfavorecidos.
tjl@-acidigital.com – a12.com – evangeli.net
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